Olá. Hoje a sugestão vai para a música dos The Doors. Com Ian Astbury na voz, vamos recordar o ano de 2003, onde a banda se apresentava como The Doors of the 21st Century, D21C.
Corria o ano de 2000, quando os membros fundadores vivos da mítica banda The Doors, decidiram celebrar a sua música e homenagear Jim Morrison, gravando um programa televisivo, VH1 Storytellers, com o título:
VH1 Storytellers - The Doors (A Celebration). Na voz, vários cantores conhecidos intrepertaram Jim Morrison, como
Scott Weiland, Pat Monahan, Ian Astbury e Perry Farrell, entre outros.
Na mesma altura, é editado o álbum de tributo aos The Doors, Stoned Immaculate, em que várias músicas dos Doors foram intrepertadas por diversos artistas, como por exemplo Wild Child (The Cult, Densmore, Kreiger, Manzarek) e Touch Me (Ian Astbury, Kreiger, Densmore, Manzarek).
Em 2002, os The Doors procuravam vocalista para uma digressão de tributo. Ian Astbury, com os seus The Cult inactivos, foi escolhido para ser a voz. No entanto, John Densmore, a braços com um problema auditivo, não pode integrar a banda, sendo substituído por Stewart Copeland, baterista dos The Police, nos primeiros concertos. Mas Densmore achava que deviam ter esperado pela sua recuperação, e de imediato processou a banda. O que é certo, é que Densmore já não de dava com Manzarek, e certamente não encarava Ian Astbury (Densmore foi co-produtor de The Doors, o filme de Oliver Stone. Ian Astbury foi convidado por Oliver Stone, em 1991, para ser Jim Morrison, mas Ian recusou o convite, pois achava ridícula a forma como Densmore retratava Jim Morrison).
Ainda antes do primeiro concerto, em Fontana, Densmore moveu um processo judicial contra os colegas, impedindo estes de usar o nome The Doors. Referiu-se a Astbury e a Copeland come excelentes músicos, mas não são The Doors. “A banda não se pode chamar The Doors sem o Jim Morrison”, defende. Manzarek respondeu, que a banda se apresentaria com o nome The Doors of 21 Century (D21C), e que Densmore não iria aparecer nessa banda, mantendo Copeland.
“Aquele concerto (VH1), até acho válido pois não há um vocalista! Mas manter um só cantor, não admito! Há imensas bandas cover na cidade!”, Densmore, 2002.
Após Densmore, as famílias de Morrison e Pamela processaram também a banda por “denegrirem e mancharem a reputação lendária da banda, e de Jim Morrison”.
Em 2005, o tribunal deu razão a Densmore, impedindo a banda de usar o nome The Doors. “Fico feliz, pois o nosso legado fica preservado. Eles tentaram pegar numa coisa e fugir com ela.”, comemora Densmore. Alem de não poderem usar o nome, os Doors do século 21, ficaram condenados a dividir as receitas de todos os concertos e eventos com Densmore e a família de Morrison. A banda passou-se a chamar “Riders on The Storm” (ROTS).
Ainda em Abril de 2003, Stewart Copeland é despedido, e processa a banda. Ty Dennis, passa a ser o novo baterista.
Processos à parte, a banda dividiu os seus fãs. Para uns, Morrison era insubstituível, e não admitiam Ian. Para outros, Ian era o substituto perfeito. Apesar de se falar em nova música, os D21C apenas lançaram um DVD, LA Woman Live. Os D21C passaram por Portugal em 2003, para dois concertos, para 20 000 espectadores cada, no Pavilhão Atlântico, mas correram todo o mundo. Em 2007, voltaram para encher o Coliseu dos Recreios, espalhando a magia dos Doors, com o nome Riders on the Storm.
Ian Astbury conquistava pontos, concerto a concerto, junto dos fãs dos Doors. Mas em 2007, Densmore assume que pode estar de regresso, desta forma: “Eu toco com o Jim. Se houver alguém do nível dele, OK. Mas eu não vou me juntar a eles com o Ian. Não por falar mal do Ian, ele é um bom cantor - mas ele não é um Jim Morrison. Eddie Vedder? Meus Deus, aí está um cantor.” Provavelmente, Densmore nunca viu Ian num concerto dos The Doors. Enfim… Pensou-se que era possivel Ian ser despedido dos Doors, enquanto Eddie Vedder descartava qualquer possibilidade de seguir-se a Ian e Jim.
Em Fevereiro de 2007, Ian Astbury envia um comunicado à agência Roiters, anunciando o abandono aos Riders on the Storm: “Decidi seguir adiante e me concentrar na minha própria música e legado. Gostei imenso de me apresentar e dividir o palco com Ray Manzarek e Robby Krieger. Aprendi muito com ambos, e certamente ampliou minhas habilidades como artista. Foi uma decisão difícil, mas eu estaria prendendo-os e a mim também se não saísse nesta hora.”
Desde então, Astbury dedica-se apenas aos The Cult, enquanto os Riders on The Storm anunciaram a sua substituição por Brett Scallions, ex-vocalista dos Fuel, e actualmente baixista dos Circus Diablo, de Billy Duffy.
Lançamento: 2004/07/20 (Image Entertainment )
01. Roadhouse Blues
02. Break On Through
03. When The Music's Over
04. Love Me Two Times
05. The Changeling
06. L'America
07. Love Her Madly
08. Been Down So Long
09. Hyacinth House
10. Cars Hiss By My Window
11. The WASP (Texas Radio and The Big Beat)
12. Riders On The Storm
13. L.A. Woman
14. Light My fire
15. Soul Kitchen
O DVD conta com comentários de Astbury, Manzarek e Kreiger.
Esta é uma digressão que nunca aconteceu. Uma digressão que era para ter acontecido quando Jim voltasse de Paris. Um tour que nós ansiosamente aguardávamos.
Em Maio ou Junho de 1971, Jim ligou para John Densmore da Europa e perguntou como L.A. Woman estava, John disse a ele que estava indo muito bem e que os críticos tinham adorado. Jim estava ansioso para começar a digressão logo que chegasse aos Estados Unidos. Eles até conversaram sobre chamar o baixista - Jerry Scheff - para acompanhar os quatro The Doors na estrada para duplicar o som do LP. Infelizmente, como todos nós sabemos, no dia 3 de julho de 1971, Jim deu o seu mergulho ascendente para unir-se a Brian Jones, Janis Joplin e Jimi Hendrix - e o tour L.A. Woman nunca aconteceu. Nós perdemos um grande amigo e um grande poeta, e não tivemos o prazer de tocar ao vivo as músicas do L.A. Woman. Mas agora, finalmente, nós podemos trazer para vocês. LA Woman! Robby e eu como The Doors do século 21, junto com Ian Astbury na voz, Ty Dennis na bateria e Angelo Barbera no baixo, gravamos o álbum completo e está aqui neste DVD para a vossa introspecção, prazer e descoberta - e para nossa realização, Robby, Ian e eu agradecemos por Jim. Nós esperamos que ele goste. - Ray Manzarek