Foi sem dúvida o dia mais quente de 2007!
Eram já 16 horas, já estava eu e a minha namorada, P., à porta do Coliseu do Porto! Encontramos alguns amigos meus, (Bruno e Nuno Cult, onde vocês andam?), fãs de longa data, e alguns pára-quedistas. Conheci um, que nos acompanhou durante todo o concerto, chamava-se Hernâni!
Foi um grande prazer voltar a ver os The Cult no Porto, 12 anos depois do grande concerto de 1994!
Num calor imenso, havia pouca gente dentro do Coliseu. Temíamos que os grandes fãs estivessem velhos demais, mas engano! Apareceram!
Ao chegar à 1ª fila, pois claro, e depois dos berros de ordem que eu proferi, eis que os membros do staff nos reconheceram de Lisboa… Provavelmente também gritamos um pouco por lá!
Depois da música de introdução (“A Clock Orange”), começou o L’il Devil. Adivinhava-se uma casa louca! Seguiu-se Sweet Soul Sister, e logo a seguir, Ian começou a esforçar-se por falar português, “Obrigado, de nada”!
O ambiente estava fantástico. Billy vestido de negro, e Ian com o seu polar roxo, e lenço na cabeça!
Em The Witch, constatei que Ian se recordara de nós do concerto de Lisboa! Veio cantar comigo os versos de “Gold Digger” (Kanye West). Billy Duffy também se mostrou agradado, dirigindo um grande olhar (como quem diz “olha eles”)!
Depois, Electric Ocean. Aquilo é que foi pular de alegria! Ian parecia triste. Sem a energia do costume, talvez devido aos seus problemas com um joelho, ou aos “acidentes” que a banda teve a caminho de Portugal!
Sem mais demoras, tocaram Spiritwalker, onde Billy se aborrece com os problemas da sua guitarra Gretsch White Falcon. No entanto, o público demonstrava, cantando, conhecer o primeiro single da banda inglesa!
De seguida, Revolution. Billy continuava com problemas técnicos, e o concerto ficava morno! Tempo para agradecer a gentileza dos seguranças, que nos ajudavam com garrafas de água. O nosso novo amigo, Hernâni, estava impressionado com a banda, e com a forma com que os The Cult interagiam connosco! Os The Cult começavam a conquistar um novo fã enquanto o público cantava.
Eis que John Tempesta inicia Rain, fazendo o público delirar! Fico muito admirado, pois uma música com 21 anos é tão bem aceite… parece que esperamos por ela tanto tempo!
De seguida, In The Clouds. A energia conquistava os presentes, quando o Hernâni perguntou onde poderia comprar os álbuns dos The Cult… Depois da música, aproveitei a proximidade de Ian para lhe gritar "Luís Figo" (ver concerto de Lisboa, 2006)! Ian responde que “o mundial de futebol (ndr: Alemanha 2006) acabou, que se lixe! Os jogadores são exageradamente pagos, mas preguiçosos!” (provavelmente estaria a falar dos jogadores ingleses que nós afastamos mais uma vez em penalties), e acrescenta em seu favor, “o nosso trabalho é que é de homem! Nos damos tudo o que temos!”
De seguida Ian apresenta Wonderland, com dedicatória a Danny Sugarman (amigo da banda, manager dos The Doors, e escritor. Escreveu Wonderland Avenue, que inspirou esta música do álbum Ceremony, e faleceu em Janeiro de 2006). Tempo de agradecer mais água à segurança.
Segue-se a parte acústica com Edie. Semi-acústica, porque como Billy não tinha guitarra eléctrica, tocou com a sua Gretsch! O público ajudou a cantar, e tivemos um momento fantástico, com algum humor de Ian e Billy!
Não me recordo que os Cult nos tenham pedido mais. Acho que nós os cansamos. Seguiu-se Fire Woman… Lembram-se de eu dizer que a noite estava quente? Pois é… aqui incendiou! O tecto começava a pingar de ressoado! Ian Astbury mal se ouvia, tal era o som de todos nós a cantar!
Seguiu-se Peace Dog! Sem ser uma das minhas preferidas, devo dizer que quase desfalecia com tanta energia! Fantástica versão, que parecia trazer o Ian Astbury de volta… Era só o que estava a faltar!
Depois, Ian perguntou quantos tínhamos comprado o álbum Beyond Good And Evil” (2001). Pelos seus cálculos, contou 47! E disse que “obviamente vocês estavam a dormir a sesta, quando ele foi lançado…” (e se calhar até estávamos… foi na altura (2001) que os Cult cancelaram a digressão europeia, com medo de ataques terroristas, e foram abrir concertos para os Aerosmith).
De seguida, a loucura total seguiu-se com Wild Flower, em que Ian se virou para nós e gritou “Luís Figo”.
Por fim, a vaia da noite. Ian anuncia a última música: “Obrigado, de nada. Só falta uma música. Sim, é a vossa vez agora! Se querem mais música, joguem bonito!, Estão prontos para…” Love Removal Machine? Como há imagens que valem mais do que mil palavras, cá está o vídeo filmado por mim!:
Depois de um longo e fantástico encore, os The Cult voltaram. Nessa altura, víamos em palco os dois filhos de Ian Astbury, quando a minha namorada recebeu o “Guest Pass” para conhecer banda! Ela deu-me esse passe, para eu conhecer a minha banda preferida de 20 anos!
Ian vinha a um nível impressionante! Phoenix foi mesmo brutal! Depois Ian anuncia a última música, insinuando que nós não estávamos preparados para assistir. Foi um brilhante She Sells Sanctuary, com Billy Duffy a brilhar em cima das colunas de som!
No final, Astbury agradeceu, apresentando Billy Duffy, Mike Dimkich, Cris Wyse e John Tempesta… tinha acabado a noite fantástica… ou não!!!! Não percam a 2ª parte já a seguir!
Conhecendo a Banda
Como a minha namorada me ofereceu o “Guest Pass” que ganhou, fui tentar conhecer a banda… E que grande banda! Depois de alguns minutos de espera, os músicos chegam ao camarim destinado aos fãs! Mas só vimos Cris Wise, John Tempesta e Mike Dimkich! Muitas pessoas aguardavam os The Cult na rua, mas longa iria ser a espera! Lá estaria a minha namorada à minha espera também…
Conheci-os: Cris Wyse, mais preocupado com as meninas presentes. Mike Dimkich e eu fomos trocando ideias acerca do novo álbum, tourné e a sua presença na banda… A conversa estava tão interessante, que Mike chamou John Tempesta e disse-lhe que eu conhecia mais da banda do que eles! John juntou-se com umas cervejas e Vodka. Só faltava mesmo o abre-latas, mas Tempesta tinha um no porta chaves!
Com alguma tristeza, todos constataram que Ian e Billy não iriam aparecer. Mas o amigo Mike, The Bike, conseguiu para mim os autógrafos! Depois foi só pedia ao Mike que deixasse a P. entrar… e ele acedeu.
Já com a minha namorada, continuamos na conversa, e tiramos algumas fotos. Enquanto isso, eu ia espreitando se via o Ian ou o Billy a fugir. Nisto, vejo um carro a transportar Ian Astbury. Bati-lhe na janela e acenei… parecia cansado, mas bem acompanhado por Dusty e Che, os seus filhotes. Depois de mais pessoal chegar, foi tempo de ele fugir.
Eu e Mike Dimkich
Eu e Cris Wyse
Eu e John Tempesta
Billy Duffy
Eu e Billy Duffy
Alguns minutos depois, só já pensávamos em ver Billy Duffy. Roberto, um elemento do staff dos Cult (engenheiro de som), disse que eles se lembravam de nós do concerto de Lisboa… Foi um grande prazer, Robert!
Poucos minutos depois, chega Billy Duffy, imediatamente atacado pelos fãs. A emoção maior começou aqui: quando Billy me viu, dirigiu-se a mim e disse: “Olha tu!” Eu muito admirado, dei-lhe os parabéns pela guitarra, ao que ele respondeu: “Gostaste mesmo das guitarras?” e eu disse-lhe, “não das guitarras mas do guitarrista”! Billy dispensou fotografias com os fãs, mas ainda posou para uma foto já dentro da carrinha, com um sorriso enorme para mim.
Fomos embora… Ia eu, a P. e o Pedro (um grande fã dos Smiths) a caminho da rua, quando fico espantado! Um carro para junto a nós, um vidro abre-se, e lá estava… Billy Duffy a despedir-se de nós, na rua, de mão, mais uma vez… Sem dúvida que foi muito fantástico! Quase quase quase foi o melhor concerto da minha vida!
Preferi o concerto de Lisboa, com menos músicas, mas com outra energia! Este concerto foi fantástico, mas valeu mais pelo final do concerto… Mas nunca chegaria ao concerto de 1994! Aquele memorável concerto!
SETLIST:
Lil' Devil
Sweet Soul Sister
The Witch
Electric Ocean
Revolution
Spiritwalker
Rain
In The Clouds
Wonderland
Edie (Ciao Baby)
Fire Woman
Peace Dog
Rise
Wild Flower
Love Removal Machine
The Phoenix
She Sells Sanctuary