Nirvana Big Neon Glitter Love Brother Wolf; Sister Moon Rain The Phoenix Hollow Man Revolution She Sells Sanctuary Black Angel
Electric Ocean Wild Flower Sun King
Rise Dirty Little Rock Star Fire Woman Love Removal Machine
VELHOS! VELHOS SÃO OS TRAPOS! Pois os The Cult estão mesmo aí para as curvas.
Chegou enfim o dia 25 de Setembro. Eu e a minha mulher fizemo-nos à estrada, do Porto para Lisboa. Chegamos ao Coliseu de Lisboa às 17:00. Não havia ainda ninguém para entrar. Mal chegamos, encontramos logo o Sr. Billy Duffy, guitarrista dos The Cult. Fui cumprimenta-lo, falamos muito pouco, ele parecia apressado.
Decidimos ir comer qualquer coisa, refrescar com umas cervejinhas :) e voltamos a passar pelo B. Duffy, que tinha ido comprar alguma comida para o pessoal dele.
Bilhetes esgotados, mais de 5000 pessoas comparecem para ver Astbury, Duffy e companhia a tocar na integra o álbum Love, mais alguns super-êxitos.
Ás 20 horas abriram-se as portas. No sistema de som alguma música ambiente. Não exista banda suporte. Ás 21:30 (hora prevista para a entrada da banda, passa "Burn My Shadow" de Ian Astbury / UNKLE. As luzes apagam-se, vem aí o Rock... Fomos os primeiros a entrar, logo ocupamos a nossa posição natural num concerto de Cult: Primeira fila, entre Ian e Billy.
A banda entra em palco às 21:45, e começa a interpretar na integra o álbum Love, de 1985. Começa com Nirvana, uma música que eu nunca tinha visto ao vivo. Ian surge em palco mais gordo do que é costume (mas muito mais magro do que estava há 2 meses). Parecia em boa forma. A voz estava fantástica, mesmo ao melhor nível. Billy Duffy, com a sua emblemática Gretch, dava o mote para uma excelente performance. Ao fundo é projectado um vídeo, que tem como função "aprofundar a experiência do espectáculo". Contudo, o intenso fumo inicial pairou, e quase não conseguíamos ver nada.
De seguida, Big Neon Glitter. Outra estreia. E que bem fica Chris Wyse e John Tempesta nos Cult, no baixo e bateria, respectivamente. A secção de ritmos da banda é finalmente estável. Os músicos integram-se na perfeição. Até parece que foram estes a gravar o Love. A banda prova que esta em óptima forma... do outro lado, o melhor público do mundo. Mesmo nas canções menos conhecidas, não demos tréguas aos britânicos, a cantar e a aplaudir. O ambiente estava espectacular. No final, Astbury diz que finalmente os The Cult estão em Lisboa!
Segue-se Love. A guitarra surge pesada. Uma versão muito semelhante ao álbum. O poder na guitarra de Duffy é enorme, sempre apoiado pelo grande Mike Dimkich na guitarra ritmo.
A sala estava demasiado escura, e o fumo teimava em não deixar ver o vídeo. Ian disse: "chamo a atenção ao pessoal do palco, porque está tão escuro que não consigo ver o fim do palco. Tratem disso". E o fumo parou, o vídeo tornou-se visível.
Assim foi impressionante ver o vídeo que suporta o Brother Wolf e Sister Moon. Nunca tinha visto esta música ao vivo, e a expectativa era grande. O vídeo complementa a música, dá-nos outra visão. O público lá acalmou um pouco, mas a intensidade estava lá. Foi comovente! Uma das minhas canções favoritas, um sonho realizado.
Surge Rain, e é a loucura. Ian volta a cantar "Olé Olé", e o publico entra em delírio. Mais uma vez, o video acrescenta valor ao espectáculo, sem retirar a concertação na banda. Mais de 5000 pessoas cantam em uníssono este grande sucesso de 1985, que catapultou os Cult para a fama.
(Video de RUCA1234 @ youtube)
Com o mesmo entusiasmo segue-se Phoenix. A guitarra de Billy soa medonha (tal como ele gosta) e após uma curta introdução, começa logo a brilhar de novo a secção rítmica da banda. É notório o grande profissionalismo da banda. Ian canta a letra original da música, o que raramente acontece. De seguida, Ian refere-se a Cristiano Ronaldo: "He sucks!"
(Video de p666p @ youtube)
Hollow Man foi outra estreia. Muitos me perguntavam o porquê desta música estar tão afastada dos sucessos maiores. Foi tão bem tocada, com um ritmo que pôs o Coliseu a cantar!
Revolution sempre foi uma música muito apreciada pelo público português. Mesmo com um bom ritmo, o publico deixou-se embalar nas fortes emoções mostradas por Ian Astbury. Ian chegou-se a calar, para fazer uma vénia, enquanto deixou o público cantar.
"Esta música vocês conhecem! É muito popular, talvez..." Diz Astbury. She Sells Sanctuary foi só um assombro. As luzes acenderam-se e era muito visível a surpresa dos músicos durante a música. O vídeo psicadélico no fundo parecia reflectir a loucura: todos de pé e a aplaudir e a cantar a música mais conhecida dos The Cult. Ian constantemente a dançar, parecia estar de volta à sua melhor forma. Billy constantemente nos brindava com poses e windmils, a sua imagem de marca.
(Video de Isabelmariahenriques @ youtube)
"O album Love está no final, e agora vai ficar profundo", anuncia Ian o Black Angel. Só não consigo perceber como é que esta música está 24 anos à espera para ser tocada ao vivo. É uma música maravilhosa, e ao vivo fica fantástica. Destaque para o abraço que Ian dá ao Billy Duffy durante o solo da música. No final, Ian é o primeiro a abandonar o palco, numa imensa escuridão que fica no Coliseu.
Segue-se um intervalo que não chega a 5 minutos, suficiente para refrescar, mas não arrefecer.
Logo regressam os The Cult para tocar um conjunto de 7 grandes exitos. Começando logo a abrir com Electric Ocean. A banda entra com outra pujança. É tempo de rock, depois da espiritualidade do álbum Love. "Luis Figo" grita Ian, no início. A música aparece muito potente, e a voz de Ian mantém-se ao mais alto nível.
Sem tempo para aplausos, segue-se Wild Flower. Aos primeiros acordes de Duffy, o coliseu começa a saltar, num tema bem apreciado pelo público. O calor sobe, e o Coliseu está ao rubro. É o rock ao vivo no seu melhor. Mal se ouve o Ian, tanto canta o público.
Ian comenta que é o primeiro concerto na Europa: "Tínhamos que começar aqui!", agradecendo a comparência e participação do público.
(Video de AZAGTOTH @ youtube)
Segue-se Sun King. Mais uma vez, foi uma estreia em Portugal! Chris Wyse prova que é mesmo um baixista de eleição. O solo inicial de Billy Duffy arrepia. Ian aproveita para um adequado improviso ao som das palmas que nunca acabaram, e a música segue numa versão pouco maior do que o habitual. "Lord have mercy!"
(Video de AZAGTOTH @ youtube)
"New song!" diz Astbury, mas é Rise que entra, pela 3ª vez em Portugal. Baralhando a letra da música mas cantando ao melhor nível os Cult cantam uma boa versão da música, surpreendentemente bem recebida pelo público (as novas músicas não parecem ser tão conhecidas como os clássicos).
"Eu falo português: Muito bem!" diz Ian num bom esforço, bastante aplaudido.
No meio de tanto calor, Ian comenta "Que inferno. Está mesmo mesmo quente! Go Go Go!" e começa Dirty Little Rockstar. A primeira vez que os Cult cantam em Portugal uma música do álbum "Born Into This" (2007), rapidamente contagiou o publico: Hey! Hey! Hey! Tanta foi a energia da banda!
"I wanna take you higher!" foi o mote de início de Fire Woman. O público delira com este grande sucesso. Cantando, aplaudindo, dançando. Moche no Coliseu. Billy toca a musica com elevado brilhantismo, mas o som da sua Les Paul está longe de lhe agradar. Assim, presenteou o seu amplificador com um pontapé, que quase o derrubou abaixo do palco. Ian atira uma de muitas pandeiretas para o público, fazendo-a bater no chão, antes de saltar... Por azar acertou em Chris Wyse. A versão foi prolongada, ao som de aplausos do incansável público, e mesmo na letra, Ian volta a agradecer o entusiasmo. A casa vinha abaixo!
(Video de RUCA1234 @ youtube)
Começa a pairar no ar de euforia alguma tristeza, misturada na loucura total. "We got one more song left". Estávamos no fim. "Are you ready?" Love Removal Machine foi a recta final de uma noite mágica. O público pedia mais. Versão muito potente. Muto moche, Todo o coliseu cantava em plenos pulmões. No final um solo absolutamente matador de Billy, com o final "feel allright / she get's hi".
A banda agradeceu a gentileza e entusiasmo de um público fantástico, Ian apresentou a banda, (Who let's the dog out?) e saíram debaixo de um forte aplauso. O público pedia mais, ainda permanecei sem arredar pé durante 5 minutos, gritando CULT CULT e PORTUGAL.
Seguiu-se uma visita ao merchendise, onde novos itens foram adicionados, como uma t-shirt da digressão europeia, que é a capa do single She Sells Sanctuary. O concerto não foi oficialmente gravado, logo não foi colocado à venda no formato USB (dogtag).
Saímos do Coliseu, e permanecemos um pouco pelas imediações, para tentar encontrar os músicos. Deu então para rapidamente cumprimentar John Tempesta, Chris Wyse e Mike Dimkich, e dar os parabéns pela brilhante actuação. A brisa que soprava ajudava a secar a roupa, tanto foi o calor e a transpiração. A caminho da cidade do Porto, a música ainda pairava na cabeça, com a recordação e já alguma saudade de uma enorme noite de rock. Fica para a história um dos melhores concertos da minha vida!
Numa última palavra, havia uma grande diferença de idades no coliseu, desde muitos adolescentes, até pessoas já na faixa dos 60! Adorei conhecer muitas pessoas que assistiram ao concerto perto de mim. Espero encontrar-vos de novo.
Os The Cult surpreendem a imprensa por ter esgotado o grande Coliseu de Lisboa, por terem dado um concerto fabuloso e cheio de energia. Pois a mim não admira. A melhor banda do mundo ao vivo, perante o melhor publico do mundo. Claro que os Cult estão mais velhos, mas velhos são os trapos. Obrigado à Portoeventos por mais um fantástico concerto, e à Antena 3 que muito divulgou o concerto.
Para comemorar o aniversário deste concerto, vou postar a minha experiência deste dia. Para que acompanhem, vou partilhar aqui o link para download do concerto, com todas as músicas, em formato MP3.
Logo pelas 7 da manhã, eu e a minha namorada partiamos, de comboio, rumo a Lisboa, para o SuperBock SuperRock. Na bagagem, muita ansiedade para eu reencontrar os Cult ao vivo, 12 anos depois do concerto do Porto, em 1994. A minha namorada ia ver a banda, pela primeira vez, com muita curiosidade. À entrada do Parque Tejo, havia mais quem vendesse bilhetes do que pessoal para entrar. Para além dos The Cult, o cartaz trazia os The Editors, dEUS, Keane, e Franz Ferdinand. À medida que o recinto enchia, notavam-se alguns fãs curiosos pelo regresso de Astbury e Duffy, mas a maioria estava lá para os Keane e FF. Normal... Depois de um excelente concerto dos Editors, um tedioso (minha opinião) concerto dos dEUS. Sentia o pessoal a ficar "dormente", quando o sol já se tinha posto.
Aos primeiros acordes de Lil' Devil, o público despertou, e foi uma imensa euforia...que quase deixou passar despercebido o primeiro problema: Ian Astbury começou o concerto sem microfone... mas durou pouco, para se fazer ouvir a sua voz em Lisboa. Seguiu-se Sweet Soul Sister, e Electric Ocean. A banda estava em grande forma, o som perfeito, a energia chegava ao público, já transpirava entre cânticos, pulos e palmas. Seguiu-se Peace Dog, e The Witch, dedicada a Luis Figo! Aliás, a constante referência a Figo inicia Rain, de seguida. Com Billy Duffy a braços com alguns problemas de guitarra, e com a batida inicial de John Tempesta, Astbury começou a cantar Olé Olé Olé, Portugal, Olé Olé Olé, Figo, Figo! Ian termina Rain a cantar um pouco de uma música de Franz Ferdinand. Depois de Ian saudar as outras bandas que participavam no evento, seguiu-se Spiritwalker e Revolution. Billy Duffy estava bem disposto e sorridente, quase não falou, mas não se poupou ao espetáculo, parecendo (em palco), cada vez mais jovem, próximo dos seus tempos na era de Electric. Cris Wyse muito certinho no baixo, Mike Dimkich na guitarra ritmo, um pouco escondido no palco.
Os The Cult fizeram um pequeno set acústico, com Edie, começando por elogiar a malta mais jovem presente, felicitando uma jovem pelo seu aniversário. Seguiu-se Fire Woman, e o público foi ao rubro... Além do grande tema que é, as pessoas começavam a impressionar-se com a presença em palco da banda. Depois, as músicas mais selvagens: Rise, com referência a Figo e a Cristiano Ronaldo, e Wild Flower, onde Ian gritava "IOGA BONITA", joga bonito, em alusão à selecção nacional de Portugal. Sem efectuarem nenhum encore nem intervalo, aproximava-se a despedida: o potente Love Removal Machine. Ao cantar de novo Figo Figo, Billy Duffy lança a provocação e canta Roonie Roonie! No final, Ian tenta presentear o público com uma pandeireta, mas esta acabou por partir-se na cabeça de um elemento da segurança... Momento de humor... Após saudar um público fantástico e agradecer a nossa participação, desejou-nos um excelente festival e um bonito mundial de futebol! A última música foi She Sells Sanctuary, dedicada a todos os presentes que nunca pararam de gitar, saltar, cantar!
Mostramos aos Cult que esperamos 12 anos, e eles pagaram de volta... bem empregue o dinheirinho! Como Ian disse e bem, encontrariamo-nos em breve. Foi no Porto, pouco mais de um mês depois. Assim, aguardem o meu post comemorativo, e o som dessa noite quente no Coliseu. Seguiram-se os Keane, para sossegar de novo o público, ou seja, hora de comer bifanas e beber cerveja. Por fim, os Franz Ferdinand (que fizeram questão de ficar num cantinho do palco a ver os Cult) fecharam a noite com um excelente concerto. O público saiu rendido aos Cult... E uns meses depois, os Keane lançavam um single cujo lado B, era a sua própria versão de She Sells Sanctuary. Saudades...
Fotos de IOL Música, por Mário Lino:
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